Correlações Intertipologia

IEI SX7, ILI SO7, IEI/EIE SX4, EIE SO3, LII SX5, ESE SP3, SEE E2, ESE E9, IF E9, LIE SO1, IEI/SEI SO4, ILE SO5, IEI SP4, SLE SP3, SLI SX5, LSE SP8, LIE SP3, SLE SO8, EIE SO7, SLE SO3, SLI SX5, LII SP6, LSI/ESI E1, Extrotímicos Melancólicos e Fleumáticos, Introtímicos Coléricos e Sanguíneos… Todas essas são combinações impossíveis para um Homotipo, i.e., para a combinação geral de todos os três sistemas. Todas são erros que já observei ao longo da comunidade tipológica, e hoje venho até aqui para desmistificar o correlacionismo. Tentei organizá-las botando as mais absurdas ou recorrentes à frente. Desejo responder: Por que exatamente existem restrições combinativas para um Homotipo?

Alguns argumentam que a correlação não tem cabimento simplesmente porque são sistemas diferentes. No entanto, posicionar-se contra o correlacionismo, de modo análogo, é como posicionar-se contra a tradução interlinguística e intersemiótica somente porque as línguas e textos são diferentes. Os sistemas, conforme proposto pelo Homoscience, funcionam num todo, e justamente por isso são equilibrados entre si. Não podemos tratar este estudo como uma bagunça se desejarmos levá-lo a sério. As correlações têm cabimento e são nada menos do que essenciais para o entendimento daquilo que chamamos de personalidade. Além de Homotipo, chamo também a este alinhamento de HTPI: Indicador de Personalidade Homotípica.

Como propus em outros ensaios, a personalidade como se funcionasse de modo descendente no diagrama tipológico triádico. A analogia segue a Lei do Três apresentada pela teoria do Eneagrama, na qual o próprio Eneagrama se posiciona ao lado direito, representando a parte emocional-neurótica-ansiosa da psique (III), ao passo que a Sociônica se alinha ao lado esquerdo, representando a face mental-cognitiva da personalidade (VI), e o Temperamento, por fim, consta ao topo, representando a parte mais fundamental e corporal da personalidade (IX).

Dizer que a personalidade opera de modo descendente neste sistema indica o modo como primeiro desenvolvemos um Temperamento para nos equilibrarmos no ambiente, um que decorre, por sua vez, de fatores biológicos e fenomenológicos. Portanto, o Temperamento é a tipologia da personalidade corporal. Do Temperamento, isto é, das essências de nossa personalidade, funda-se a parte esquerda de nossa atitude: o tipo sociônico. O tipo sociônico é diretamente relacionado aos tipos psicológicos de Jung. Neste ponto, desenvolvemos nossos Ego, Superego, Id e Superid. Esta é a parte consciente de nossa personalidade, a face mental da mesma. Por fim, após a definição de nosso corpo e de nosso cérebro, desenvolvemos nosso coração. O coração tem por base o cérebro e o corpo, podemos entendê-lo como um ponto médio entre os dois. Assim surge a base do correlacionismo.

Como para tudo nas tipologias, não podemos estabelecer correlações a partir de traços, mas temos o dever de analisar suas estruturas. Deste modo, ainda que haja uma seleta porção de traços em comum entre dois tipos, nada funcionará se suas bases não coincidirem. Na prática, isso significa dizer que o correlacionismo formaliza o estudo entre diferentes tipologias a fim de torná-las minimamente empíricas. Não há como explicar todos os traços da personalidade com somente um sistema. Explosões de raiva e revolta não estão associados diretamente ao Eneagrama ou à Sociônica, por exemplo, pois são traços temperamentais da Cólera. A análise da personalidade se torna quadridimensional na medida em que utilizamos o Homotipo. As tipologias são três das dimensões, e a quarta é algo a que só nós, como seres e não sistemas, temos acesso: a realidade.

Entre o Eneagrama e a Sociônica, as correlações se baseiam, sobretudo, no Ego. Não há como dizer que, embora tal tipo se correlacione mais por seu Ego, outros são melhores por conta da correspondência de outros blocos. Isso é insensato. Se um tipo coincide com outro em seu Ego, então devemos explicar o resto com base nisso. O EIE, por exemplo, pode ser SO2, e somente este. (A estes tipos sociônicos, chamarei de monotipos, dotados de uma única correlação. São eles: EIE SO2, IEI SX5, SLE SP8, IEE SX7.) O EIE não pode ser algo como SX4, SO3 ou SO7. Primeiramente, nenhum desses três tipos está alinhado à Fe-, que consiste na depreensão dos valores éticos do externo a fim do movimento atrás de um ideal quintessencial das relações. O erro menos esdrúxulo dessa pequena lista seria o SO3, que, embora valha a confusão, ainda assim está absolutamente errado. O SO3 é somente LIE. Primeiro, porque seu foco no brilho deve, necessariamente, ser justificado pela Fe+. Segundo, sua depreensão dos valores éticos ocorre no nível do Superego. Eles são uma preocupação do indivíduo, mas não são sua força intelectual. E, ainda, essa depreensão não é opaca, mas brilhosa: Fe+.

Em adição, o SX4 é o mais descabido. O SX4 não cabe à Fe mental, e tampouco à Ni. O SX4 é um ESI. O erro de correlação do SX4 diz respeito à leitura de descrições do ESI. Em essência, o ESI não se trata somente de um julgador moralista num sentido de justiça social, mas num sentido de justiça pessoal. O ESI testa as suas relações impondo com a força os seus próprios padrões éticos e testando a disponibilidade do outro para as suas próprias emoções e vontades. E isto é o SX4. E também o encontramos em seu Superego: se algo vai contra a sua lógica internalizada, ele surtará, podemos dizer assim, mesmo que esteja errado. Como se vê, tudo está alinhado ao Ego. Quanto ao SO7, é evidente não cabe ao EIE, pois este não está focado em ideias, mas em relações. O SO7 não é, de maneira alguma, um tipo ético. Ele está alinhado aos tipos LIE e ILE. O máximo de sua ética, conforme descrito por Naranjo, é a posição de Fe+ Contato. Ou seja, o SO7 está atrás de um brilho social, quer ser visto como bom, mas tudo isso serve apenas para o seu movimento lógico.

Outro argumento bastante comum para estabelecer “correlações” entre Eneagrama e Sociônica são afirmações próprias de Naranjo em seus livros. Naranjo não é, nem de longe, uma fonte confiável para o lado esquerdo do Homotipo. Seu trabalho foi incrível sobre o Eneagrama, mas ele definitivamente fracassou ao tentar estabelecer correlações. Além disso, as correlações são sólidas, pois os tipos não mudam, sejam os tipos das pessoas ou os próprios arquétipos dos sistemas. Na medida em que equilibrei meu conhecimento nos três sistemas, acho justo afirmar que as correlações apontadas pelo Homoscience estão bem definidas. Ainda assim, ainda não produzi nenhum artigo que aborde extensamente sobre as correlações em detalhe. Fico devendo!

Um tipo de correlação um tanto mais complexa é a relação entre subtipos e tritipos no que diz respeito ao Eneagrama. Pode ser um tanto confuso pensar que há uma correlação entre os subtipos e tritipos, e geralmente pensamos que o tritipo é uma estrutura um tanto mais livre. No entanto, o tritipo é dinâmico, e por isso se demonstra um sistema aprofundado. Na verdade, poderíamos dizer que o tritipo caracteriza o Eneagrama na íntegra, pois nele se engloba tudo. Por isso, por exemplo, não podemos deixar um SP6 com tritipo [613]. O SP6 é inseguro, e não pode haver em sua estrutura uma relação com a formação reativa do E1, e tampouco a identificação do E3. Abaixo, disponibilizo uma lista completa e sólida das correlações possíveis verificadas até então.

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