Superego em Síntese

Sobre as informações de seu Superego, o indivíduo é socialmente conformista e deseja ter uma rica base informacional. Por meio deste, é reproduzida uma imagem objetiva do mundo externo. O indivíduo atende às expectativas sociais durante a realização de seu Superego e busca satisfazer as expectativas dos outros. A reflexão informacional do Superego é objetiva e frequentemente erudita e rígida. Por meio deste bloco, a realidade é fotografada, de modo que tudo o que aprendemos sobre o mundo é aprendido objetivamente. Diz-se deste bloco como um «leitor». Destaca-se por sua autocrítica elevada, pela consciência interna. É o bloco das responsabilidades e deveres sociais. (Augusta, IEE) Em seu Superego, o indivíduo teme «exagerar». Ele busca ser socialmente discreto e despretensioso para evitar receber observações corretivas dos outros. Se isso falhar, o indivíduo é atormentado pela consciência de sua inadequação.

Um indivíduo tem a sua consciência adaptada à sociedade mediante seu Superego. Este bloco são os trilhos informacionais, sobre os quais a consciência sempre deve permanecer. (No mesmo sentido, portanto, o Ego age pelo Superego.) Como uma parte infor­ma­cio­nal da inteligência da pessoa, o Superego não tem direito de ser subjetivo. Ele apenas absorve as informações, as armazena e transmite para os outros. O Superego fornece informações verdadeiras e honestas a todos dispostos a ouvi-las, mesmo que esteja contra os próprios interesses do indivíduo. Ele não se cansa de explicar a mesma coisa, mas não vai além de apenas falar sobre isso. As informações do Superego não são algo que as pessoas discutem, são algo que elas apenas falam sobre, geralmente acrescentando muito pouco por si mesmas. Elas falam sobre isso na esperança de que alguém as ajude a entender tudo. Quando as pessoas contam informações do Superego, muito frequentemente não o fazem com o objetivo de descobrir uma nova verdade, mas sim para encontrar novas conexões e novas informações. (Augusta, EII)

A função contato é a entrada do Superego. Ela está ligada ao mundo externo como os trilhos informacionais, com o objetivo de absorver toda a informação e sempre tirar a conclusão necessária sobre o elemento produtivo vulnerável. Todo o trabalho da função contato serve para que o indivíduo seja capaz de confiar em seu elemento produtivo. Neste caso, o elemento aceptivo é apenas o meio, uma função fática, enquanto o elemento produtivo é o objetivo. A função aceptiva do Superego atua como um receptor passivo. Ela processa as informações do mundo externo sem julgamentos ou interpretações subjetivas. É um tanto lógica, desejando obter clareza e objetividade sobre a leitura que faz da realidade. Ela tem um sentido de decência social, julgando aquilo que se deve ou não fazer, pensar ou ser, sendo bastante conscienciosa no processo.

Uma base informacional sólida é capaz de guiar o indivíduo a boas conclusões sobre seu elemento vulnerável. Como parte da persona, o indivíduo busca validação sobre os seus pensamentos e deseja ser bem visto como alguém bem embasado, decente e respeitável. Desejamos não atrair atenção sobre o Superego, ser discretos, evitar correções, e por isso acumulamos o máximo de informação: para não sermos questionados. As pessoas podem ser especialmente orgulhosas e manipuladoras sobre este aspecto. Como complemento do programa, a função aceptiva do Superego destaca o papel social do indivíduo. Na mesma medida em que o elemento líder do Ego age pelo elemento criativo, vale notar, a realização do elemento líder leva à realização parcial do elemento de contato. No entanto, como uma segunda prioridade na psique, o indivíduo necessita de orientação em seu elemento de contato. Ele dificilmente toma decisões com base neste elemento, salvo decisões que impliquem uma base informacional para o Ego.

Ainda como parte da persona do indivíduo, a função contato muitas vezes serve para enriquecer a tomada de decisões de um indivíduo. Como isso funciona? Ele utiliza o elemento aceptivo do Superego para ter uma base sólida o suficiente para não precisar se preocupar com seu elemento vulnerável. Livre da preocupação do quarto elemento, o indivíduo é capaz de se realizar em sua função líder e, num geral, em seu Ego. A função contato envolve uma proximidade da informação objetiva do mundo a fim de complementar e enriquecer a tomada de decisões da função líder em união à criativa. O LSE estabelece um contato carismático com os outros a fim de obter informações sobre suas qualidades, mas pode não parecer tão doce depois de obter o que lhe é necessário. O ESI busca ser lógico ao medir suas palavras, mas, indo adiante, revelará seus sentimentos pessoais em relação às ideias. O SLI observa aquilo que parece mais promissor em rela­ção ao prazer sensorial, bem como gerencia o seu próprio ritmo de trabalho. Ele observa os padrões da realidade e os descreve, mas logo parte para as soluções. O SEE busca fascinar os outros com as possibilidades positivas que ele enxerga. No entanto, logo isso deixa de ser sobre o que se pode fazer e se torna o que se deseja realizar.

A função vulnerável é o ponto de menor resistência da psique humana, a principal fonte de conflitos, mágoas e mal-entendidos. Se o indivíduo está próximo e coopera com alguém cuja psique é complementar, o controle sobre sua função vulnerável é automaticamente transferido para essa pessoa. Nesse caso, o indivíduo se sente protegido. No entanto, mesmo em tais condições, essa função permanece o ponto de maiores dúvidas e preocupações, ainda que não leve mais o indivíduo a se sentir mal ajustado à sociedade. Pelo contrário, ela se torna a base de sua busca criativa. Mas se o indivíduo não sente essa segurança, qualquer crítica do exterior, qualquer insinuação ou duplo sentido (mesmo aqueles meramente inferidos), o confundirá, abalará seu equilíbrio, o traumatizará e o levará a acentuações de caráter e doenças mentais. (Augusta, ITR)

Uma reação negativa à produção adaptativa do Superego é estressante para o indivíduo, é um golpe em seu ponto de menor resistência. Muitas vezes, mesmo considerações positivas deixam o indivíduo perplexo e frustrado. A função vulnerável deve se encaixar completamente na realidade circundante, e aquilo que é notado pelos outros só pode ter sido por não ser um enquadramento perfeito o suficiente. A ausência ou presença de golpes no ponto de menor resistência é o método através do qual o indivíduo se controla e através do qual a sociedade regula seu comportamento. (Augusta, IEE)

Para evitar comentários sobre seu elemento vulnerável, cada indivíduo busca coletar o máximo de informações possível sobre sua função de contato, que então as utiliza para formar uma conclusão sobre a vulnerável. Nesse sentido, o Superego é um bloco que recebe bastante da nossa atenção consciente. Isso não significa que um LSE, p.ex., dirija sua atenção principal aos processos objetivos ao seu redor. Pelo contrário: sua atenção é especialmente voltada ao estado emocional das pessoas ao redor e aos esforços para evitar conflitos na esfera emocional. No entanto, embora esta seja a sua preocupação consciente, a força de seu intelecto está na capacidade de controlar processos objetivos, não em compreender as emoções. Eles não são necessariamente sensíveis a elas. Concomitantemente, um ESE é alguém que controla habilmente as emoções das outras pessoas, mas dirige sua atenção principal à lógica dos processos objetivos e à capacidade de trabalho. (Augusta, ITR)

No ponto de menor resistência, as mesmas premissas podem levar a uma e apenas uma conclusão, que também é a mesma em cada caso. O indivíduo só é capaz de aprender sobre este aspecto na medida em que sofre sobre ele. O elemento vulnerável é a principal razão de o Superego ser um bloco normativo. A busca por certezas objetivas característica do Superego se deve, fundamentalmente, à incapacidade do indivíduo de aplicar suas informações situacionalmente, adaptando-as às circunstâncias específicas em mãos. Isso difere do Ego, onde, sob diferentes condições, são tomadas diferentes conclusões a respeito dos mesmos fatos. (Sophia)

Se o Superego não consegue produzir uma conclusão que seja objetiva e consistentemente verdadeira independentemente das circunstâncias mutáveis, isso significa que encontrou um problema que não pode resolver por si mesmo. Esse problema é transferido para o elemento líder do Ego através da função vulnerável, dando origem ao que Augusta chamou de uma «busca criativa». Exemplos dessa transferência podem ser en­contrados na descrições de tipo de Augusta, como por exemplo no caso do IEI. Os problemas com os quais o IEI lida em seu Ego são consistentemente suportados pelo Superego. Seu Ego é sempre direcionado a algum tipo de melhoria futura. Que tipo de criatividade social o IEI alcança e que caminho o leva a isso?

O IEI não pode viver com duas maneiras de agir na mesma situação [Te-Vulnerável]. Portanto, ele se torna socialmente criativo quando as expectativas das pessoas ao redor começam a conflitar. Em outras palavras, o que torna os IEIs transformadores e filósofos é o fato de que eles precisam de normas, que precisam saber a única maneira correta de agir em certas situações (a resposta que não existe). O melhor exemplo disso é Jean-Jacques Rousseau.

Durante sua vida, Rousseau precisou se misturar com diferentes estratos da sociedade que faziam demandas contraditórias, e ele não conseguia decidir quais ações eram realmente corretas. Cada estrato social do qual Rousseau era membro colocava suas próprias demandas sobre o comportamento e as ações das pessoas, incluindo as suas próprias. Uma ação é uma expressão da relação de alguém com a realidade, então como alguém deve agir se cada grupo de pessoas com quem interage tem expectativas diferentes? Daí o lema “De volta à natureza”, de volta ao comportamento humano natural. O IEI, como qualquer outro tipo, se torna um guerreiro no sentido social ao buscar modos de comportamento ou relacionamentos conformistas.

Rousseau afirma que a «moral incorrupta» prevalece no «estado de natureza». Afirmou também que o estado do desenvolvimento humano associado ao que ele chamou de “selvagens” era o melhor ou ideal no desenvolvimento humano, entre o extremo aquém do ideal dos animais brutos, por um lado, e o extremo da civilização decadente, por outro. “Nada é tão gentil quanto o homem em seu estado primitivo, quando colocado pela natureza a uma distância igual da estupidez dos brutos e da fatal iluminação do homem civilizado.” (cit. Wikipedia)


A seguir, elaboro sobre o funcionamento do Superego de cada um dos tipos sociônicos. Para o desenvolvimento da descrição, levarei em conta: o funcionamento da contato; a contato em virtude da vulnerável; a imagem transmitida pela contato a fim de proteger a vulnerável; a tentativa de adequação para autoproteção; o sentimento de segurança sobre a vulnerável a partir da realização da contato; e a confirmação da vulnerável sobre a líder, bem como sua proteção da vulnerável.

EII (Ti/Se). O indivíduo tem um “panteão aberto” sobre seus ideais lógicos. Ele observa a realidade e busca se adequar àquilo que parece mais objetivo quanto às relações, suas possibilidades e razões. Porque ele é incapaz de exercer a sua força sobre os outros de modo expansivo, ele frequentemente se vê na necessidade de se apegar a alguém dotado de forças e capacidades objetivas. Em sua busca por segurança e estabilidade, ele precisa de alguém para protegê-lo, ou para guiá-lo em sua intermitente análise. Tenta parecer suficientemente sensato e flexível sobre suas ideias, afinal, não é capaz de pôr aquilo que acredita em oposição aos demais. Todas as suas estruturas racionais são voltadas às suas próprias impressões das relações implícitas da vida.

É cansativo para ele verbalizar suas ideias lógicas, então ele prefere ouvir e analisar as dos outros. Se discordar, o fará com sutileza, e tentando não suscitar a revolta do interlocutor. O indivíduo somente sente seguranças e certezas mediante a validação externa de seus ideais. A fim de encontrar justificativas racionais para suas decisões e ideais, ele está sempre em busca por orientação. É bastante flexível sobre suas ideias, e a validação de sua lógica leva a uma autoconfiança e a uma força ética, dando energia a todo o anel mental do tipo. Em seus julgamentos, ele sempre é mais ético do que lógico. Evita se envolver em tensões físicas ou competições, pois, a seu ver, todos têm um potencial único que não deve ser comparado com os demais.

ESI (Ti/Ne). O indivíduo possui axiomas rígidos que justificam a sua atitude dura sobre as relações éticas. Utiliza da lógica para estabelecer uma ordem sólida em suas relações, deixando objetivamente claro aquilo que é eticamente correto ou incorreto. Porque ele é incapaz de gerenciar suas expectativas e sofre ao enfrentar as possibilidades positivas da vida, ele se restringe e constantemente testa o objeto em sua prontidão e estrutura ética. Ele tenta ser suficientemente lógico a fim de proteger sua vulnerabilidade sobre ideias positivas e futuras. Suas relações precisam estar bem ordenadas e coerentes com seus valores. Essa estrutura lógica guia o indivíduo em sua justiça ética.

Para conquistar a segurança sobre as infinitas e dolorosas possibilidades, é necessário realizar uma dura análise sobre a estrutura e relações éticas do objeto com base em testes razoavelmente objetivos. Para tanto, o indivíduo julga a posição dos outros sobre suas próprias ideias e, assim, a posição dos mesmos perante o próprio indivíduo. Poderíamos chamar essa estratégia de «provas de fogo». Somente tendo certeza de seus valores ele é capaz de mergulhar em sua estrutura interna e considerar as suas potencialidades; então, enriquece seu julgamento ético na medida em que melhor compreende a estrutura dos objetos.

O indivíduo, desconfiado por natureza, dobra o objeto cada vez mais, e somente se ele não for quebrado ele valerá a pena para uma relação, pois será tanto forte quanto leal. Como ele dobra o objeto? Lançando sobre ele todo o peso que há dentro de si próprio. As reações do objeto ao conteúdo interno e lógico do indivíduo parecem-lhe suficientemente objetivas para julgar sua estrutura interna e potencialidade inata. Uma boa relação é uma que permita e resista à reflexão lógica constante e a segurança, bem como a liberação emocional e o conforto. O indivíduo deseja estar no controle a fim de evitar a confiança, e por isso impõe uma estrutura rígida em seu ambiente, acorrentando as possibilidades caóticas.

ESE (Te/Ni). Para mobilizar os objetos na direção de seu próprio desejo, o indivíduo deve ser capaz de compreender as qualidades objetivas deste objeto e como ele impacta o ambiente ao seu redor. No âmbito das relações emocionais e sexuais, ele empreende, é visionário e frequentemente tem apenas duas opções: ou domina, ou se sujeita. O indivíduo busca equilibrar as demandas externas de produtividade e planejamento com seu bem-estar imediato. Frequentemente assume muitos trabalhos, pois deseja parecer competente e confiável aos outros, bem como busca melhorar suas habilidades conforme o necessário — tudo para não ser visto como inconsequente ou sem perspectiva.

O trabalho tem para ele um significado emocional: se eu trabalho o suficiente, tenho a possibilidade de ser e estar com o que desejo; se sou aquilo que os outros esperam ou desejam de mim, sou também, portanto, aquilo que eu mesmo desejo — ele parece pensar. Ele é extremamente vulnerável quanto à percepção e ao planejamento de seu tempo de longo prazo. O indivíduo frequentemente enfrenta problemas em prever as consequências lógicas de suas ações e ao definir objetivos, de modo que pode agir de maneira impulsiva ou hedonista sobre seus desejos e estados.

Dedicando-se ao trabalho e à organização, ele evita o surgimento de problemas inesperados no futuro, e somente assim consegue sentir-se emocionalmente bem. No mesmo sentido, no entanto, o indivíduo tenta se adequar às exigências e normas do ambiente, buscando a melhoria constante de suas habilidades práticas e organizacionais. A fim de mitigar seu medo do futuro, e também para manter-se positivo sobre o bem-estar imediato dele mesmo e das pessoas ao seu redor, o indivíduo adere ao ritmo de trabalho que lhe é imposto ou esperado. Muitas vezes, no entanto, pode ficar exausto ao tentar lidar com essas demandas.

EIE (Te/Si). Para mobilizar adequadamente a energia interna do objeto, o indivíduo deve, na mesma medida, ser capaz de gerenciar e compreender seus processos. Suas emoções frequentemente parecem mais refinadas e cabíveis ao meio empresarial. No entanto, o gerenciamento e a autoinserção na atividade laboral somente servem à compreensão da ética emocional. Uma vez que se tenha entendido as necessidades do ambiente e o que deve ser refinado, o indivíduo parte para as motivações éticas de maneira mais explícita e deixa de parecer tão lógico. Na tentativa de se adequar e, implicitamente, de adequar a realidade aos seus ideais, ele mobilizará o mundo num sentido de gestão e refinamento das motivações ideais.

O indivíduo sente-se seguro sobre a qualidade de suas motivações ao ter um bom conhecimento e capacidade de liderança. Para organizar sua vida, ele utiliza regras objetivas que recebe dos outros, mas sofre muito quando tenta, ele mesmo, organizar as suas coisas e gerenciar suas sensações. Em sua análise dos processos, ele pode se sentir inseguro e desconfortável diante de algo que lhe pareça inadequado. Somente através do entendimento das qualidades objetivas do objeto o indivíduo é capaz de atingir uma sensação de segurança minimamente positiva. Ele observa a realidade de modo parcialmente objetivo, e então justifica suas emoções e motivações interiores como se fossem um pensamento do povo. E se o povo objetar, então ele entenderá como necessidades que devem ser impostas à força.

Em sua busca pelo sentido mais quintessencial da vida, o indivíduo tenta demonstrar-se competente e eficiente nas tarefas do cotidiano, embora se sinta especialmente vulnerável sobre a realização das mesmas. Para evitar isso, ele frequentemente adota processos observados no mundo externo. Ele entende o que funciona e o que não, e assim é capaz de se ajustar às expectativas externas de produtividade e habilidade organizacional. Ele é especialmente vulnerável à ociosidade e às sensações negativas, podendo ser bastante privado sobre seus ambientes e deveres como a culinária, a vestimenta ou a arte. Ele tenta sempre estar bem alinhado para evitar os olhares e muitas vezes encontra o prazer em suas observações mais essenciais da vida, como a qualidade de um vinho bem envelhecido. Ao organizar bem os grupos para a realização de tarefas coletivas, o indivíduo finalmente se sente capaz e seguro sobre seu ambiente de referência, assim sendo capaz de consolidar suas vontades coletivas.

IEI (Si/Te). O indivíduo é aberto sobre aquilo que o agrada e deseja cultivar e proteger seu ambiente pessoal de conforto. Gosta de estar bem vestido e com uma aparência que simultaneamente o agrade e lhe seja útil física ou socialmente. Ele habitualmente se esconde em suas roupas e coleções. As sensações positivas levam o indivíduo à atividade. Ao ter uma boa base em sua compreensão dos objetos e de seus próprios desejos, ele finalmente pode se expandir e dar início ao movimento em direção àquilo que deseja. Tenta ser discreto sobre sua aparência a fim de evitar revelar seus empreendimentos. Apenas aqueles emocionalmente próximos e aceitos pelo indivíduo sabem de seus planos para o futuro e de suas ações no tempo corrente.

O indivíduo sente que está fazendo um bom trabalho quando as coisas estão equilibradas e o clima está agradável. Ele se protege em sua vulnerabilidade pragmática buscando organizar o mundo ao seu modo. Ele protege as coisas que lhe trazem prazer, mantendo-as distantes do mundo. Elas estão juntas do próprio indivíduo, por trás das três muralhas que o separam do mundo. Ele carece de uma avaliação objetiva e racional da realidade, frequentemente necessitando de ajuda para entender como deveria agir de uma maneira mais direta e, muitas das vezes, irritando-se com aqueles que não o auxiliam em suas ações e em seus empreendimentos. Pode manifestar especial aversão a cronogramas e deveres, encontrando, através das sensações, uma forma de não ter que lidar diretamente com os desafios factuais e objetivos da sociedade que tanto lhe incomodam. Num ambiente confortável, o indivíduo sente-se rico e suficientemente energizado para agir e, enfim, desenvolver visões ainda mais abundantes para seu futuro.

No mesmo sentido, ele também confere as possibilidades e disposição emocionais do objeto com base em quanto conforto e proteção o mesmo pode lhe proporcionar. Um objeto é bom se, com ele, for possível cultivar um ambiente rico em conforto, à parte do mundo externo objetivo. Esse conforto, no entanto, nunca cessa no mundo das sensações concretas, sempre oscilando entre uma atração física pelos objetos de interesse e uma atração idealista por suas possibilidades futuras. As grandes possibilidades de um objeto excitam o indivíduo, animam-no, e assim ele deseja manter-se conectado com o mesmo, tão perfeito em suas potencialidades. O elemento intermediário da sensação, portanto, verifica as qualidades potenciais do objeto que podem ser utilizadas para iniciar um movimento ativo, bem como para cultivar um ambiente protegido, agradável e refinado.

ILI (Si/Fe). O indivíduo é privado e sente o conforto a partir da boa compreensão sobre elementos temporais e processuais da realidade. Tem um gosto pela análise do mundo de maneira distante e prefere revisar a qualidade do trabalho dos outros do que orientá-los. Ele percebe um tempo bem gasto como um tempo investido no conforto e na estabilidade. Não é crítico sobre as qualidades do ambiente, mas prefere refiná-las e, de preferência, tê-las em seus aposentos privados. Ele parece bastante calmo e adaptado, ainda que sua mente e seus pensamentos estejam a todo vapor. Silenciosamente, ele observa os processos da realidade a fim de manter-se confortável e seguro sobre seu tempo.

O indivíduo desfruta das boas sensações da vida; elas o conduzem a um estado positivo e o salvam da ansiedade de ser vítima de explosões emocionais. Ele é frequentemente passivo em suas observações, admirações e apreços, de modo que parece imperturbável em seu estado de despaixão. Ele busca parecer sempre calmo para que não lhe exponham ou invadam suas emoções. Ele encontra um lugar seguro e que lhe seja con­for­tável, e então está livre da tensão emocional. Se ele já tem certeza de alguma de suas observações ou previsões, basta confirmar mais uma vez, mas de forma prática, e não dentro de sua própria mente.

O indivíduo tende a apreciar a rotina, pois somente assim ele pode desenvolver um autocuidado e uma relação suficientemente pragmática com o ambiente ao seu redor. Toda a sua atividade, no entanto, é desapaixonada. O cuidado das sensações não leva à excitação, mas salva o indivíduo do surto emocional. Ele evita interações sociais excessivas ou desnecessárias, como a paixão ou o conflito. Ao organizar e cuidar de seu ambiente privado, o indivíduo evita o desconforto emocional, não atrai atenção indesejada ou negativa e, com efeito, sente um estado de equilíbrio interno. Esse estado leva a motivações consistentes que, por sua vez, ajudam o indivíduo na observação do mundo e no aperfeiçoamento dos processos que lhe trazem segurança e conhecimento.

O indivíduo busca, ao máximo, evitar sensações negativas, sobretudo aquelas que levem ao desconforto emocional. Nesse sentido, ele tem um pensamento distante do mundo, no qual estabelece seu domínio, sua riqueza espiritual, sua torre de marfim. Ele cria uma barreira que o separa do mundo, mantendo-se isolado e protegido de expectativas emocionais. O indivíduo economiza ao máximo a sua energia e não se envolve diretamente com o mundo ou com as emoções. Retendo sua energia e suas emoções, ele atinge um estado de segurança e é capaz de nutrir seus gostos e desfrutar de uma vida interior. Com efeito, torna-se capaz de observar a realidade com ainda mais precisão e objetividade.

ILE (Se/Fi). O indivíduo sente sua força a partir de suas ideias lógicas e geralmente é assertivo sobre elas. Ele se apresenta de maneira fascinante e geralmente pomposa. Pode mostrar-se especialmente rebelde contra aqueles que tentem segurá-lo quanto às suas ideias e lógica. A força e o fascínio são ferramentas necessárias para a segurança sobre o aspecto da atratividade pessoal. Identificando e sentindo em si a atratividade e o fascínio, ele se sente seguro o suficiente para compartilhar as suas ideias com os outros. Ele precisa ser forte e brilhar para proteger a sua ética vulnerável. Ele raramente busca se adequar em termos relacionais, então compensa isso com sua assertividade e, muitas vezes, sexualidade.

Através do movimento, ele tenta se adequar a um mundo físico muitas vezes visto como entediante. Entretanto, o movimento logo cede lugar para a idealização. Sem o seu brilho, o indivíduo se sente emocionalmente inseguro e não vê, por sua vez, o fascínio de são suas ideias. Muitas vezes, portanto, ele tenta fascinar aqueles que ele gosta: para que estejam perto e o ajudem; e aqueles que ele não gosta: ele enfrenta ardilosamente. A força intermediária serve apenas para confirmar na realidade as ideias que o mesmo tem sobre as possibilidades e espiritualidades, bem como para confirmar a qualidade de suas ideias e lógica e, portanto, seu valor pessoal. Assim, pode parecer especialmente orgulhoso, narcisista ou egoísta, e pode deliberadamente ignorar algumas coisas que lhe pareçam pouco interessantes.

O indivíduo não se prende às coisas e está em constante movimento a fim de mitigar sua vulnerabilidade emocional. Com o mesmo fim de se defender, ele pode ser rude sobre questões emocionais, frequentemente expulsando os outros quando eles parecem ter ido fundo demais em seu caráter. Nesse sentido de movimento intelectual, não há tempo o suficiente para a reflexão sobre o próprio ser mais profundo. Quando é capaz de estabilizar suas relações por meio da posse e do fascínio, o indivíduo é capaz de ser suficientemente atrativo para que as pessoas permaneçam ao seu redor, mesmo com sua instabilidade e descaso emocionais. Em seu melhor, no entanto, ele é capaz de cultivar e transmitir a força de suas ideias, trazendo as pessoas para perto de si mediante a atratividade de suas ideias e forças.

IEE (Se/Ti). O indivíduo retém a energia potencial de suas ideias com grande força. Ele é capaz de agir de maneira assertiva e tomar o controle das situações após uma atenta análise das forças potenciais e cinética do objeto. É um observador atento, que enriquece seus interesses e realiza a manutenção das relações com detalhes sutis sobre os objetos, sujeitos e situações. No entanto, como o foco está nas ideias, o indivíduo frequentemente evita confrontos diretos, preferindo utilizar sua energia de maneira estratégica para alcançar seus objetivos sem muito desgaste. Contendo sua energia de tal forma, ele é comumente mais reativo do que proativo em sua assertividade, utilizando-a como um meio de contornar obstáculos e seguir seus interesses.

Ele prefere dar a volta por cima das demandas e ordens dos outros do que entrar em confronto direto. O indivíduo é avesso a estruturas rígidas e lógicas estritas. Ele geralmente não gosta de seguir regras ou sistemas fixos, pois eles parecem matar a sua criatividade. O indivíduo vive a vida à sua maneira, sob seu próprio sistema ético, o qual, por sua vez, está baseado naquilo que é mais oportuno para a exploração das ideias. Busca ser flexível e adaptável, relutando em adotar uma posição rígida ou agir de modo rigoroso e com consistência lógica. Para proteger seu elemento vulnerável, portanto, o indivíduo busca se apresentar como ativo e determinado sobre suas ideias, mas sem se comprometer muito com nenhum.

Ele é um explorador em todos os sentidos, e não pode se limitar a apenas uma área de estudo. Muitas vezes eles são um tanto esotéricos e superestimam a validade de sistemas de classificação improváveis. O indivíduo evita se inserir em situações e relações nas quais seria necessário justificar suas ações com base num sistema ética ou logicamente rigoroso. Ele quer estar livre para mudar de rumo conforme julgar apropriado. Seu elemento intermediário é frequentemente egoísta na medida em que evita a imposição de leis sobre si mesmo. Mas o indivíduo vê isso como necessário, na medida em que, estando livre em suas análises, está livre em sua exploração intuitiva e, portanto, está livre em sua vida. Ele está atrás de prazer, e se para tanto for necessário encontrar objetos novos, assim ele o fará. Sutil e veladamente, o indivíduo satisfaz as suas vontades, sem muito considerar o objeto empaticamente. Mas isso nem sempre é negativo. Muitas vezes, a força dá forma às suas ideias e à sua positividade, e assim ele é capaz de explorar cada vez mais a fundo.

LSI (Fi/Ne). Com boa lógica e força, o indivíduo é também aberto sobre suas percepções morais. Ele é firme e rígido, e deseja estabilizar as relações pessoais a fim de minimizar a incerteza e a ambiguidade. O indivíduo é extremamente cauteloso e seletivo em suas interações, pois lhe é importante possuir relacionamentos suficientemente confiáveis. Ele estabelece laços firmes de lealdade, mostrando-se especialmente flexível com aqueles de quem gosta ou confia. Aqueles que são bons, ele deseja manter extremamente próximos, como se os possuísse. Aqueles que odeia, em contraste, não merecem o melhor dele. O indivíduo frequentemente adere a valores externos e vive de re­la­cionamentos em alguma medida superficiais. Embora busque ser justo em seus pensamentos, a lógica forte sempre vence a ética espirituosa.

O indivíduo é extremamente vulnerável à ambiguidade e incerteza, podendo sentir-se ameaçado por uma variabilidade interpretativa em diversos casos. Para se proteger, ele fortalece suas conexões pessoais, mantendo perto de si aqueles que lhe permitem um bom desenvolvimento lógico, isto é, aqueles que lhe proporcionam segurança e previsibilidade. O indivíduo projeta uma imagem de confiança e lealdade em seus relacionamentos, fazendo acordos claros sobre os limites e as expectativas: você lavará a louça, e eu limparei o banheiro — eles podem dizer. Sua palavra é lei de pulso firme. Qualquer coisa que soe ambígua para o indivíduo é visto como uma ameaça ética e, portanto, ilógica.

Ele se preocupa grandemente com a transmissão da imagem de alguém forte e confiável. Deseja proteger os interesses de seu grupo e, em si, proteger o mesmo num nível físico. Qualquer coisa que fuja do escopo lógico é um pecado capital punível com o exílio ou, em casos mais extremos, com a morte. Cada pessoa tem papéis bem definidos em suas relações, e assim se minimiza a ambiguidade, que poderia desestabilizar o indivíduo em sua percepção da ordem e das leis. No mesmo sentido, uma relação somente é permitida pelo indivíduo se houver um alinhamento bastante claro dos valo­res e crenças de ambas as partes, um sólido compartilhamento de princípios.

LII (Fi/Se). O indivíduo é rígido sobre seus princípios morais, que por sua vez são compreendidos e estruturados mediante a lógica. Ele age de maneira formal e educada, gerenciando suas relações numa proximidade apropriada na medida em que a pessoa se adequa ou não aos seus valores. Em qualquer caso, o indivíduo sempre priorizará a verdade e o raciocínio lógico, não se deixando levar por laços emocionais ou pessoais. Ele odeia o conflito e a agressividade, pois lhe parecem ilógicos e, em especial, além de causarem uma dor pronunciada, impedem o progresso social. O indivíduo é emocionalmente distante das pessoas e evita confrontos e pressão social. Raramente fala sobre seus sentimentos e desejos, preferindo agir e trazer resultados concretos em vez de apenas falar.

Deixando as pessoas pouco informadas sobre sua vida interna, o indivíduo evita a pressão social e a maldição. É um observador atento das relações interpessoais, mas muito raramente comenta sobre isso com os outros diretamente. Olhando para o mundo com racionalidade e justiça — ao menos assim deseja parecer —, ele é capaz de construir um sólido sistema interno de valores, pois deseja se adequar e ser suficiente em seus padrões morais. Nesse sentido, o indivíduo é capaz de gerenciar suas relações com base naquilo que deseja ou não para sua vida, trazendo para mais perto de si aqueles com os ideais mais justos e gloriosos. Ele se entrega à vontade de qualquer um que tenha notáveis julgamentos éticos sobre o mundo, e frequentemente passa a ser um agente dos mesmos ideais.

A força em si, no entanto, parece-lhe ilógica. Ao estabelecer um sólido sistema moral, o indivíduo é capaz de sentir sua força e suas qualidades. Dessa realização, ele é capaz de tornar ainda mais razoáveis e justos os seus planos lógicos da vida. O indivíduo é agente das vontades éticas da sociedade, uma parte de Deus — deseja atingir o Céu com seus ideais. Em maior ou menor medida, ele age a fim de cultivar um mundo mais puro e emocionalmente positivo. Embora não se abra e frequentemente seja extremamente rígido sobre sua lógica e moralidade, o indivíduo, no fim, deseja relacionamentos profundos e abundantes em sua capacidade de enriquecê-lo em suas reflexões, observações e teorias. Um bom objeto é aquele que tem relações sólidas que lhe tragam força volitiva, a força necessária para o progresso e o equilíbrio do mundo. A força do objeto deve ser direcionada às relações do mundo a fim de equilibrá-las.

LIE (Fe/Si). O indivíduo é expansivo sobre suas emoções. Para mobilizar os objetos em torno de um objetivo pessoal, é necessário ter uma boa compreensão daquilo que os anima. A fim de promover a eficiência e o progresso, o indivíduo se esforça para criar um ambiente positivo e motivador, estabelecendo uma comunicação clara, aberta e eficaz com os outros. Ele é altamente adaptável, como um camaleão social, mas não consegue suportar sensações negativas ou a falta de movimento. Ele geralmente tenta parecer receptivo e sua velocidade emite um calor e brilho notáveis. No entanto, parece não se cuidar além do objetivamente necessário para se conviver em sociedade. Tem medo de ser extravagante ou indulgente.

Com uma alta efusividade, o indivíduo busca criar um ambiente equilibrado e suficientemente ordenado. Nesse mesmo sentido, sua ação lógica também os leva à imagem de alguém eficiente, competente e visionário. O indivíduo quer parecer calmo e no controle das coisas, e se recusa a ceder às sensações negativas, como cansaço ou estresse. Ele entende o que agrada cada pessoa ao seu redor, e para cada uma ele tem um sorriso e uma tarefa ainda mais especial. O indivíduo tem a habilidade de tornar os gostos das pessoas capacidades notáveis e objetivamente valiosas para a sociedade. Com o mesmo entendimento, ele alinha o movimento dos outros às próprias expectativas e objetivos.

Ele é altamente performático e, embora tenha direcionamentos próprios, sua conduta está sempre adequada ao seu ambiente de referência. Ele somente se sente seguro quando as emoções do ambiente estão sob controle e quando seu trabalho impacta diretamente sobre elas. Com efeito, o indivíduo sente o impacto concreto de seu trabalho e, finalmente, sente-se confortável para desacelerar e fazer o que realmente lhe apraz, dando um espaço para si mesmo. Sobre suas emoções, ele tem apenas duas opções: ou ele sujeita os outros ao seu movimento, ou então é submetido por eles. Efetivamente, ou o indivíduo empreenderá sobre as emoções dos outros e as direcionará com energia, ou então, mais ou menos consciente disso, permanecerá preso à vontade emocional daqueles que lhe são referência.

LSE (Fe/Ni). O indivíduo busca ser pragmático e cuidadoso ao se apresentar aos outros. Tenta parecer justo sobre os seus movimentos, pensamentos e decisões. A preocupação com as emoções tem um quê de rígida, pois ele age a fim de evitar alguns eventos incontroláveis. A fim de utilizar com o máximo de eficiência o seu tempo, ele torna as emoções e motivações de seu ambiente claras. Isso o leva a um sentimento de segurança sobre futuro e a uma maior segurança para agir objetivamente. Apenas acessando eticamente o objeto ele pode entender suas possibilidades e processos. Ele teme inconsistências, e por isso deseja saber tudo quanto for possível sobre sua estrutura interna em sua ética.

O indivíduo busca parecer suficientemente sensato, decente e justo em seu comportamento e aparência lógica a fim de manter a sociedade em equilíbrio. Caso o indivíduo deseje fazer uso do objeto, ele precisa conferir suas capacidades e qualidades internas antes de iniciar seu movimento. Após essa verificação, no entanto, ele pode não parecer tão doce ou carismático. Seu comportamento amigável não passa de um esforço consciente. O indivíduo busca se adaptar aos ideais éticos da sociedade ao longo de seu trabalho. Com uma abordagem educada, agradável e respeitosa, ele busca persuadir os outros a aceitarem sua ajuda, seu aperfeiçoamento, bem como a promover um ambiente harmonioso.

Muitas vezes, o indivíduo vê o mundo como um lugar extremamente perigoso e, assim, pode surtar diante de mudanças no estado objetivo das coisas. No desenvolvimento de suas interações sociais, ele traz para perto de si pessoas dispostas a enriquecer o trabalho da comunidade e sua estabilidade. No mesmo sentido, ele tem dificuldade em lidar com projeções de longo prazo ou especulações abstratas. O indivíduo está preocupado com a situação tangível da realidade, e toda a sua compreensão do tempo é mínima. Com bons ideais e uma sólida comunidade, no entanto, ele finalmente se sente seguro para investir, não a longo prazo, mas no mais duradouro. Ele não consegue ver além do presente, mas certamente deseja que sua estabilidade dure o máximo possível. O indivíduo encontra seu papel na sociedade ao ser informado sobre as necessidades do ambiente, e então, reunindo muitos sob sua gestão, direcionará o grupo rumo à estabilidade e ao trabalho.

SLI (Ni/Fe). O indivíduo é focado naquilo que deseja a fim de enriquecer suas sensações po­sitivas de uma forma pragmática, evitando fortes emoções. Ele observa com atenção o estado dos ambientes e identificar a qualidade dos momentos. Entende quando se deve agir ou ficar calado, quando algo é possível ou não, percebe o que seria mais oportuno ou não. Ele reflete sobre as possibilidades futuras e planeja suas ações com base em previsões pragmáticas. O indivíduo é notavelmente flexível no gerencia­men­to de suas sensações, espaço e trabalho. Ele quer evitar desconfortos e problemas, visto que problemas trazem a confusão emocional. A fim de evitar golpes em seu ponto de menor resistência, o indivíduo se permite manter em mente múltiplas opções disponíveis, garantindo poder mudar de rota quando algo mais confortável ou conveniente surgir. No entanto, isso só vai até certo ponto.

Algumas mudanças radicais podem irritá-lo, visto que sobre elas o indivíduo não consegue obter uma compreensão lógica dos processos e, portanto, não consegue gerenciá-los ou trabalhar sobre eles. O caminho que gasta menos energia é o melhor, pois desperta menos instabilidade emocional, e frequentemente isso envolve alguma espécie de pensamento retrógado ou atrasado no tempo. Não há porque mudar coisas se elas já estão ou ainda são boas. No mesmo sentido, o indivíduo também é capaz de guardar sensações ao longo do tempo, tendo êxito em recriá-las e revivê-las, mesmo dentro de sua própria mente. Ele compreende os processos dos objetos e suas estruturas, frequentemente se destacando por saber direcionar seu trabalho ou corrigir seus caminhos. Ele não é desapaixonado, mas sim busca preservar suas emoções mais internas, mantendo-as livre da influência externa.

É notável por sua capacidade de consertar as coisas, e frequentemente se identifica com isso. Nessa observação, no entanto, ele está desconectado da dinâmica social e das expectativas emocionais, seguindo seu próprio ritmo e objetivos. O indivíduo não se submete às emoções dos outros, embora possa se abrir sobre seus singelos sentimentos com as pessoas mais próximas. Sua postura é neutra, séria e focada na própria tranquilidade, o que contribui para que as pessoas não tenham acesso às suas emoções. Ao ter controle sobre o ritmo de seu próprio tempo, o indivíduo se sente seguro em suas emoções, o que o torna capaz de se adaptar ao fluxo da vida e a cultivar aquilo que lhe conforta. Ele observa mais do que fala, e age mais do que sente.

SEI (Ni/Te). Para atingir as sensações positivas, é necessário estar em contato com o fluxo das coisas. O indivíduo segue a sua vida sem planejar muito seus dias. Muitos podem vê-lo como distante ou mesmo desatento, mas ele está sempre observando o desenrolar dos eventos, e assim sabe onde vale mais a pena estar. Embora seja extremamente observador, no entanto, enfrenta uma especial dificuldade na organização de seu tempo, em contraste com a organização de seu espaço. Como alguém harmonioso, o indivíduo também se vale da observação temporal a fim de se adaptar ao ambiente, prever possíveis consequências daquilo que fará ou falará e, assim, evitar o desgaste sensorial e emocional, bem como a perda da energia necessária para agir.

Embora suas sensações sejam muito bem organizadas, o indivíduo se encontra numa posição complicada quando precisa se adequar a normas objetivas, como maneiras de se vestir, regrados procedimentos, maneiras de falar, etc. Ele provavelmente será especialmente individual e notável em sua maneira de se vestir, agir, falar e destacar o mundo. Ele nos passa a imagem de alguém calmo e ponderado, pois prefere lidar com uma coisa de cada vez, sem pensar muito sobre o futuro, mas sobre o agora.

O indivíduo é frequentemente muito seletivo sobre seu tempo, embora isso possa lhe custar uma organização pragmática da vida. Mesmo em pequenas janelas de tempo, ele estará nutrindo algo que gosta: pode estar pintando, desenhando, fotografando, ouvindo música, observando a paisagem, etc. O indivíduo é especialmente sensível e irritado por pessoas rígidas que lhe tentam pregar um modo de agir. Somente quando seu tempo está sendo bem gasto ele sente segurança sobre seus planos, e assim, tornando-se constante, ele gerencia cada vez melhor suas sensações positivas.

SEE (Ne/Ti). O indivíduo é aberto sobre suas ideias positivas e busca ser fascinante, admirado como alguém de grandes aspirações e riquezas. Ele explora com impressionante rapidez inúmeras ideias, mas todas dizem respeito, primariamente, à conquista e à dinâmica primárias do tipo. Um bom objeto é aquele que não quebra ao ser dobrado. O indivíduo é extremamente adaptável e, especialmente em situações de incerteza, é capaz de improvisar de maneira dinâmica. Suas ideias parecem estar em sintonia com seu corpo e suas vontades. No entanto, as velozes ideias conquistadas pelo indivíduo estão sempre focadas numa solução prática imediata, evitando a abstração e a especulação excessiva, a não ser que lhe sirva para exercer sua energia cinética.

Ele é pouco regrado, consistente ou rico em detalhes, muitas vezes preferindo confiar e contar com aquilo ou aqueles que tem no momento. Assim, o indivíduo contorna desafios que exigem clareza lógica. Ele deseja não ser visto como fraco também em suas ideias, embora não busque, necessariamente, parecer inteligente. Sua imagem é a de alguém flexível e aberto ao que a vida tiver para dar. Embora seja engenhoso e prático, no entanto, o indivíduo é pouco consistente em seu comportamento, pois vive o aqui imediato e concreto.

Ele se sente preso por quaisquer limitações lógicas ou teóricas, e por isso frequentemente se destaca por sua rebeldia, inconsequência e falta de razoabilidade. Na maioria das situações, ele somente confia em sua intuição, que, de alguma forma, muitas vezes está certa. (Isso ocorre porque, através da energia cinética, ele compreende os processos de transformação da energia potencial do objeto e, no mesmo sentido, entende-o por inteiro, de fora para dentro.) O indivíduo fará o que tiver vontade no momento, e somente depois lidará com isso. Ele vive num ciclo de adaptação, e somente assim se sente seguro o suficiente sobre sua vontade e sobre como exercê-la.

SLE (Ne/Fi). O indivíduo é altamente observador e guarda para si o máximo de observações possível sobre a capacidade dos objetos. A característica da energia potencial do indivíduo serve a fim de flexibilizar sua força, de modo que este torna-se capaz de se adaptar em diferentes cenários imediatos. Sendo confiante sobre seu senso prático e físico imediato, o indivíduo se apresenta como mais esperto que os demais. Em vista de sua vulnerabilidade no que diz respeito a valores éticos e emoções profundas, podemos entendê-lo como um oportunista sem dolo, um verdadeiro antissocial. Sendo alguém muito fechado sobre seu campo psicológico, o indivíduo raramente terá relações muito próximas, e se tiver, costumam ser apenas uma ou duas. Parece-lhe ilógico, prejudicial ou vulnerável sujeitar-se aos padrões éticos da sociedade, e por isso tende se opor a eles.

Em seu oportunismo, ele passa a imagem de alguém extremamente adaptável mediante a racionalidade, sendo capaz de mudar de rumo e considerar novas ideias se assim exigir o contexto imediato. No entanto, as ideias de adaptação lógica sempre servem à prática, e não à teoria, e também à razão, não à emoção. O indivíduo está focado em resultados externos, evitando questões sobre valores éticos ou proximidade emocional. Ele passa a imagem de alguém desinteressado por preocupações subjetivas, e frequente age de maneira considerada antiética ou imoral, impondo sua própria presença à força e mostrando quem é o mais forte. Colocando-se como o mais esperto, intelectual, forte e adaptável, o indivíduo é capaz de formar relações baseadas nos mesmos valores. Uma boa relação é aquela que não traz dúvidas sobre sua lealdade.

Passando a perna nos valores éticos sociais, o indivíduo evita questões internas complexas e reforça seu comportamento assertivo e competitivo. Em busca de proteger aquilo a que ele dá valor, aquilo a que ele possui, o indivíduo afirma sua posição de liderança mediante ações decisivas e planejamentos contingentes, sem se comprometer emocionalmente. Sentindo-se o mais esperto e formando relações sólidas e leais de maneira um tanto mafiosa, ele sente enfim a segurança necessária para iniciar seu movimento forte e lógico diante do mundo. Vamos fazer muito dinheiro juntos — ele pode dizer ao seu mais novo parceiro. Ele desafiará os mais fortes, tornar-se-á um monstro, se assim for necessário para provar sua lógica, tudo isso para estabelecer seu domínio hegemônico.

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