Idade que Passa e Não Passa — 26.04.24

Idade que passa nem passa, mas sempre passa. É mentira. Quer eu pareça com safira ou com uva passa, quer folia ou ameaça, nada passa. Nada deixa de ser, em momento algum. Independente de sonhar ou de descrer, de viver ou morrer, eu ainda sempre sou eu, e não qualquer um.

Tempo passa, e nada muda. Tudo se transforma. Acontece que algumas almas são surdas! Mas eu não: eu sou é cabeçuda! Sendo atacada ou reprimida, rejeitada ou excluída, não me deixo de ser amada. Afinal, sou eu que vivo minha vida.

E para alguns, o tempo toma seu destino sombrio mais cedo do que para outros. Para alguns, o destino reserva menos riquezas e menos gozos. Por isso fiz-me forte! Amolei minhas unhas e dentes pra lutar contra a criticidade da morte.

A verdade é que, um dia, ao olhar no espelho, vi a cara dessa morte. E não era uma entidade qualquer ou uma face de má sorte: era eu fora da minha pose de forte. Percebi: se não viver a vida que quero, viverei com suas sequelas. Por isso sou como sou, e não como aquelas.

E eu não volto atrás. Estou sempre viajando. Que apareçam! Coisas boas ou coisas más, eu estou sempre me modificando, me aprimorando! Superando! Às vezes suportando...

Idade que passa... Nunca passa... Nem em casa nem na praça... No fim, sou a única que me ameaça. Se quer o que quer, e se quer com toda a sua raça, a resposta é uma e sem dúvidas: FAÇA! ESTRAVAZA! E se não quiser? Simplesmente vaza. Mas nunca deixe bagunçada a sua casa. Mesmo desorganizada, tá tudo bem: você sempre se acha.

- Miranda Michelle Rocha

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